quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Microorganismos ao microscópio

Células e organitos celulares ao microscópio electrónico

Bactérias ao Microscópio

Genoma de mamute peludo reconstruído


Uma equipa de investigadores russos e americanos reconstruiu o genoma de mamute peludo, revela a última edição da revista Nature. Os peritos extraíram DNA de amostras de pêlo de mamute para reconstruir a sequência genética deste animal da idade do gelo, ainda que faltem alguns segmentos. Os investigadores estimam que o genoma esteja 80% completo.Ler mais em

http://yourwebapps.com/WebApps/mail-list-archive.cgi?id=65673;entry_id=1466


terça-feira, 26 de agosto de 2008

quinta-feira, 26 de junho de 2008

Fenómeno atmosférico descoberto ao largo de Cabo Verde vai ajudar previsões climáticas


Ao largo de Cabo Verde, no ar cálido que varre as águas tropicais do Atlântico e é salpicado pelas ondas, decorrem, todos os dias do ano, reacções químicas que destroem um gás que todos conhecemos: o ozono. O fenómeno foi agora descoberto por cientistas britânicos e cabo-verdianos e, a confirmar-se o seu carácter global (os oceanos cobrem 70 por cento da superfície do planeta), poderá obrigar os especialistas a reverem os modelos utilizados para prever a evolução do clima no nosso planeta.

A equipa de Lucy Carpenter, da Universidade de York, Reino Unido, escreve hoje na revista Nature que, naquela região, nas camadas de ar mais baixas, é destruída uma quantidade de ozono perto de 50 por cento maior do que previsto pelos mais sofisticados modelos climáticos actuais. A partir de um observatório instalado na aldeia piscatória de Calhau, 15 quilómetros a leste do Mindelo, na ilha de São Vicente, e de observações feitas com uma avioneta, os cientistas conseguiram, pela primeira vez, medir o fenómeno, sem interrupção, ao longo de um ano, de Outubro de 2006 a Outubro de 2007.


A química da atmosfera em geral, e a do ozono em especial, são pratos de digestão difícil para leigos. Mas num comentário na mesma edição da revista, Roland von Glasow, da Universidade de East Anglia, resume bem a importância do ozono: "O ozono", escreve, "é um gás atmosférico fascinante, com papéis diferentes conforme a sua localização. Na troposfera [a camada inferior] é um gás de estufa e pode ser nocivo para os animais e as plantas. Mas o ozono da estratosfera (...) absorve os raios nocivos do Sol." O ozono também é importante, salienta, porque a sua destruição dá origem aos chamados radicais hidroxilos, moléculas altamente reactivas que "limpam" o ar, removendo um outro potentíssimo gás de estufa: o metano.

"Neste momento", diz Alastair Lewis, co-autor do estudo, em comunicado, "é uma boa notícia - há mais ozono e mais metano a serem destruídos do que se pensava -, mas o Atlântico tropical não pode ser considerado como um 'sorvedouro' permanente de ozono. (...) Bastaria um pequeno aumento dos óxidos de azoto vindos dos combustíveis fósseis e trazidos de Europa, África Ocidental ou América do Norte pelos ventos, para que o oceano passasse de sorvedouro a fonte de ozono".

Mas o que é que leva a esta destruição - natural - do ozono no meio do Atlântico? Os cientistas encontraram, no ar em contacto com a água, altas concentrações de monóxido de iodo e de bromo e concluem que são esses compostos que promovem a destruição do ozono. O primeiro provém dos aerossóis de água salgada que se misturam com o ar e o segundo das algas marinhas - e nos dois casos, as reacções decorrem sob a acção do Sol.

Contactado pelo PÚBLICO, John Plane, um outro co-autor, da Universidade de Leeds, disse-nos que o resultado é importante porque "os modelos da química do clima que tentam prever o futuro nunca serão fiáveis se não incluírem os processos naturais importantes". E também porque mostra que "as propostas para remover o CO2 da atmosfera alterando a produtividade do oceano, isto é, fertilizando-o com ferro, serão altamente perigosas enquanto não percebermos adequadamente o sistema natural".

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Os oceanos estão a perder oxigénio

A notícia pode não ser novidade, mas um artigo publicado hoje na revista "Science" acrescenta provas a esta tese. Esta perda pode estar relacionada com o aquecimento do planeta, e pode pôr em risco espécies marinhas que não sobrevivem abaixo de certos limiares de oxigénio (O2).
O estudo feito por cientistas alemães e norte-americanos analisa a variação da concentração do gás ao longo de mais de quatro décadas, nas regiões tropicais do oceano Atlântico, Índico e Pacífico. E conclui que no Atlântico e no Pacífico existe uma camada de água a profundidades intermédias, com uma baixa concentração de O2, que tem vindo a aumentar de tamanho.

As algas e o fitoplâncton libertam oxigénio para os oceanos através da fotossíntese. Mas a temperatura das águas vai influenciar a retenção deste gás, porque o O2 é tanto menos solúvel quanto mais alta for a temperatura.

A partir de uma certa profundidade, os seres que fazem fotossíntese deixam de existir, porque já não têm luz. Por outro lado, há uma grande quantidade de microrganismos que se alimenta da “chuva” de detritos que cai da superfície do mar, gastando o oxigénio nesse processo.

Assim, o nível deste gás vai diminuindo. Entre os 200 e os 1000 metros de profundidade, há uma camada de água com uma concentração muito baixa de oxigénio, chamada zona de oxigénio mínimo. A partir desta profundidade, correntes profundas vindas dos pólos, que estão carregadas de oxigénio, misturam-se e aumentam a sua concentração.

Este projecto científico foi tentar perceber se têm havido alterações no tamanho das zonas de oxigénio mínimo nas regiões tropicais dos oceanos.

Já foram feitos estudos que previam um aumento destas camadas, relacionado com o aquecimento global. A equipa analisou sete pontos georreferenciados que, desde 1960, tinham dados mais ou menos constantes sobre a concentração do gás a diferentes profundidades.


Atlântico com menos gás
Os cientistas analisaram três pontos no Atlântico, dois no Pacífico e um no Índico. Dos três, o Atlântico foi o que registou maior baixa na concentração do oxigénio. “Encontrámos a maior redução entre os 300 e os 700 metros, no nordeste tropical do Atlântico, enquanto as mudanças no leste do Índico são menos pronunciadas”, disse Lothar Stramma, o primeiro autor do artigo, do Instituto para as Ciências Marinhas de Leibniz, na cidade alemã de Kiel.

No Atlântico, a zona de oxigénio mínimo quase duplicou em menos de 50 anos. O aquecimento global poderá estar por trás disto: se a temperatura média do mar aumentar, a quantidade de oxigénio solúvel diminui. Mas os cientistas ainda não têm dados para relacionar os dois fenómenos. “A redução também pode ser causada por processos naturais”, disse Stramma.

No entanto, este tipo de monitorização não pode ser posta de lado. Há 251 milhões de anos, no final do Período Pérmico, a Terra viveu a maior extinção em massa conhecida. Os oceanos ficaram sem oxigénio, o que levou ao desaparecimento maciço de espécies marinhas e terrestres.

Sabe-se que esta extinção esteve relacionada com um grande aumento da concentração de dióxido de carbono, um dos gases responsável pelas alterações climáticas que vivemos.